16 de setembro de 2024
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Saúde

OMS confirma casos de gripe aviária no Camboja e avalia situação como preocupante

O H5N1 foi responsável por uma epidemia de gripe aviária entre 2005 e 2006, concentrada principalmente na Ásia

A Organização Mundial da Saúde (OMS) confirmou casos de contaminação em seres humanos, da chamada gripe aviária, também conhecida como H5N1, no Camboja. O senador brasileiro Marcos Pontes (PL-SP) apresentou três requerimentos pedindo informações aos ministérios da Saúde, da Agricultura e da Ciência e Tecnologia sobre as providências que estão tomando para o enfrentamento da gripe aviária no Brasil.

O primeiro caso foi confirmado, e logo um segundo caso, um contato familiar do primeiro caso, foi relatado em 24 de fevereiro de 2023. Uma investigação de surto está em andamento, incluindo a determinação da exposição desses dois casos relatados ao vírus.

A OMS classificou como “preocupante” a situação da gripe aviária causada pelo vírus H5N1, que tem registrado aparição crescente em animais em vários países, inclusive na América do Sul. Os casos registrados no Camboja são os primeiros de contaminação humana, mas a OMS ainda não determinou se a transmissão aconteceu entre as pessoas ou se todos os casos vieram de contato com animais infectados.

 

O vírus apresenta uma taxa de mortalidade superior a 50% em humanos, mas a contaminação é muito rara. Entre aves de criação, especialmente galinhas, a doença é quase sempre letal.

“O sistema de criação da avicultura predominante no Brasil emprega a mais atual tecnologia e conhecimento científico na produção. A prevenção de influenza aviária é especialmente favorecida por essas características. Mas, como vimos, o vírus pode se adaptar e causar prejuízos importante para saúde animal e humana, podendo ter repercussões sociais e econômicas”, afirma ele na justificativa para os requerimentos.

Casos confirmados no Camboja

Segundo a OMS, em 23 de fevereiro de 2023, o RSI NFP do Camboja notificou a OMS de um caso confirmado de infecção humana pelo vírus da gripe aviária A (H5N1). O caso era de uma menina de 11 anos da província de Prey Veng, no sul do Camboja.

Em 16 de fevereiro de 2023, o caso apresentou sintomas e recebeu tratamento em um hospital local. Em 21 de fevereiro de 2023, o caso foi internado no Hospital Pediátrico Nacional com pneumonia grave.

Uma amostra foi coletada no mesmo dia através do sistema sentinela de infecção respiratória aguda grave (SARI) e testou positivo para o vírus da influenza aviária A (H5N1) pela reação em cadeia da polimerase com transcriptase reversa (RT-PCR) no Instituto Nacional de Saúde Pública em o mesmo dia. A amostra também foi enviada ao Instituto Pasteur do Camboja, o Centro Nacional da Gripe, que confirmou a descoberta. O paciente faleceu em 22 de fevereiro de 2023.

Ainda de acordo com a Organização, as investigações laboratoriais confirmaram o segundo caso em 23 de fevereiro, o pai da paciente que veio a óbito. Ele não apresenta sintomas e encontra-se em isolamento no hospital de referência. As outras 11 amostras testaram negativo para H5N1 e para o coronavírus

Um total de doze contatos próximos do caso inicial foram identificados e amostras foram coletadas e testadas, a lista inclui oito pessoas próximas assintomáticos e quatro sintomáticos que atenderam à definição de caso suspeito. O Camboja compartilhou os dados da sequência genética do vírus do caso índice por meio do banco de dados acessível ao público GISAID.

O sequenciamento do vírus mostra que o vírus H5N1 pertence ao clado 2.3.2.1c e é semelhante ao clado 2.3.2.1c que circula em aves domésticas no sudeste da Ásia desde 2014.

Confira como Santa Catarina está se preparando para evitar a doença:

Foto: Freepik/Reprodução