Grupo foi preso em 2019 mas continuou operando e voltou a ser investigado em 2022
A organização criminosa suspeita de ter enviado a brasileira Manuela Vitória de Araújo Farias, jovem de 19 anos presa na Indonésia com cocaína, no final de 2022, está na mira da Polícia Civil de Santa Catarina. Deflagrada nesta segunda-feira (28), a operação Wallet cumpre 32 mandados de buscas e 17 de prisão contra o grupo que operava um esquema de tráfico internacional de drogas e movimentava o dinheiro sujo por meio de criptoativos — moedas e bens virtuais.
De acordo com a polícia, o grupo seria o responsável pelo envio de Manuela à Indonésia, que saiu de Florianópolis com quatro quilos de cocaína dentro do fundo falso de uma mala. No país asiático, a jovem “mula” (termo que designa quem transporta drogas para o tráfico organizado) seria condenada a pena de morte, mas escapou e foi sentenciada a 11 anos de prisão.
O envio de “mulas” com drogas em bagagens é, na verdade, tido como o modus operandi da organização: em 2019, integrantes do grupo foram presos com malas de viagem preparadas com aproximadamente 5kg de cocaína em cada. Além das malas, a polícia apreendeu na época uma grande quantidade de cocaína, drogas sintéticas e uma prensa para produção das drogas sintéticas.
Com o lucro do tráfico, o dinheiro era armazenado e transferido em criptoativos e por esse motivo 16 carteiras de investimento foram bloqueadas, além de 15 contas bancárias. Com mandados cumpridos nas cidades de Florianópolis, São José, Biguaçu, Imbituba, Camboriú, Navegantes, a operação também bloqueou empresas e apreendeu veículos do grupo investigado.
Foto: PCSC / Divulgação
