Foto: Divulgação/PMJ
Método Wolbachia consiste na introdução de bactérias nos Aedes aegypti que os impede de proliferar a dengue
Equipes da Prefeitura de Joinville, do World Mosquito Program (WMP), da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), da Secretaria de Saúde do Estado de Santa Catarina e do Ministério da Saúde atuam desde dezembro de 2023 na implementação do Método Wolbachia em Joinville, consiste na introdução da bactéria Wolbachia nos Aedes aegypti. Esta bactéria está presente em 60% dos insetos da natureza e não causa danos aos humanos, mas evita que o mosquito da dengue possa proliferar dengue, chikungunya e Zika.
Em abril, os trabalhos entraram na etapa de Engajamento Comunitário com início de ações de divulgação do Método Wolbachia, envolvendo as redes municipais e estaduais de ensino, como capacitação de professores, e com equipes de saúde. Esta é a última fase antes do início da liberação dos mosquitos, prevista para ocorrer em julho.
Os mosquitos com a bactéria, chamados Wolbitos, serão liberados em Joinville, vão se reproduzir com os Aedes aegypti locais e, aos poucos, estabelecerão uma nova população de mosquitos que não transmitem dengue e outras doenças. Foi desta forma que Niterói teve queda de 69% nos casos de dengue em dois anos. E na Austrália, onde foi criado, houve redução de 96% nos casos de dengue.
“Trabalhamos por muito tempo para trazer este método para Joinville e estamos atuando para garantir toda a estrutura e suporte necessário por parte da Prefeitura para que o projeto tenha o mesmo sucesso que constatamos em outros lugares do Brasil e do Mundo. O Wolbachia é mais uma arma contra a Dengue e a população deve continuar fazendo a sua parte, eliminando focos de água parada”, ressalta o prefeito de Joinville, Adriano Silva.
Nova etapa
A etapa de Engajamento Comunitário inclui ainda ações de comunicação e uma pesquisa, já realizada em Joinville, na qual mais de 80% dos respondentes aprovaram o uso do método na cidade. Estas iniciativas se concentram nos 17 bairros onde a liberação dos Wolbitos vai acontecer. Após a liberação, os locais serão monitorados para avaliação de resultados por aproximadamente um ano.
A escolha dos bairros que vão receber a liberação de Wolbitos considera critérios como número de focos e de casos confirmados. Os bairros somam aproximadamente 60% da população de Joinville, são eles: Aventureiro; Boa Vista; Bom Retiro; Comasa; Costa e Silva; Espinheiros; Fátima; Floresta; Guanabara; Iririú; Itaum; João Costa; Morro do Meio; Paranaguamirim; Petrópolis; Ulysses Guimarães; e Vila Nova.
“O método Wolbachia leva saúde para a população, então a população já é parte natural do processo. Através das atividades de engajamento comunitário e comunicação que estamos desenvolvendo nesta etapa do projeto, esperamos que a população possa conhecer o método e entender como ele funciona. O Método Wolbachia é uma inovação, e nós trabalhamos liberando mosquitos. É importante que toda a população saiba como os nossos Wolbitos vão ajudar a reduzir a transmissão de arboviroses”, explica o líder de operações da WMP Brasil, Gabriel Sylvestre.
Além das ações de Engajamento, ocorre também em Joinville a instalação de uma biofábrica. A estrutura, que será a mais tecnológica do País, está em fase de obras e em uma unidade de saúde desativada, que seria demolida, no bairro Nova Brasília. O local vai produzir mosquitos Wolbitos que serão utilizados nas liberações.
Sobre o método Wolbachia
Além de Joinville, outras cinco cidades estão recebendo o método nesta fase: Londrina e Foz do Iguaçu (PR); Uberlândia (MG); Presidente Prudente (SP) e Natal (RN). Em etapas anteriores, a tecnologia já foi aplicada nas cidades do Rio de Janeiro e Niterói (RJ), Campo Grande (MS), Belo Horizonte (MG) e Petrolina (PE).
Este método de controle das arboviroses foi desenvolvido pelo World Mosquito Program (WMP), na Austrália, e atualmente está presente em mais de 20 cidades de 14 países. Além disso, os dados de monitoramento revelam que os Wolbitos estão se estabelecendo em níveis muito bons nos territórios.
O Wolbachia é uma medida complementar. A população deve continuar a fazer todas as ações para o controle da dengue, Zika e chikungunya.