Imagem: Receita Federal/Reprodução
Grupo construiu patrimônio milionário com a inserção de toneladas cocaína em navios para a Espanha
A Polícia Federal (PF) no Paraná deflagrou nesta quinta-feira (5) uma operação, com o apoio da Receita Federal e da Guarda Civil da Espanha, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa especializada no tráfico internacional e interestadual de drogas do Brasil para a Europa.
Os alvos da Operação Viking tiveram aproximadamente R$ 7,24 milhões em bens móveis e imóveis sequestrados pela Justiça, além de ativos e valores de até R$ 20 milhões por investigado bloqueados, existentes em contas bancárias e aplicações financeiras.
Cerca de 120 policiais federais e equipes da Guarda Civil Espanhola estão nas ruas nesta manhã para dar cumprimento a nove mandados de prisão preventiva e a 38 mandados de busca e apreensão em endereços nos estados do Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Pernambuco e também na Espanha.
Em Santa Catarina, os mandados foram cumpridos nas cidades de Joinville, Campo Alegre e Araranguá.
Grupo conta com complexa estrutura logística
As investigações conduzidas pela PF, que contaram com o apoio da Receita Federal, Europol, Guarda Civil Espanhola e Polícia Nacional da Croácia, revelaram que a organização criminosa conta com uma complexa estrutura logística. As operações de narcotráfico abrangem o ingresso e transporte dentro do território nacional, preparação e envio dos carregamentos de cocaína para o exterior utilizando principalmente o modal marítimo.
Grande parte da droga movimentada pelo grupo tinha como destino os portos da Europa. Para isso, os investigados atuavam na região do Porto de Paranaguá (PR), bem como em outros portos do país, de onde exportavam grandes quantidades de cocaína através da inserção em de contêineres, ocultação em cargas lícitas, transportes em barcos pesqueiros e, principalmente, com o uso de mergulhadores para inserir a droga em compartimentos submersos dos navios.
Diversas apreensões de carregamentos de cocaína pelo grupo foram apreendidas. A investigação vinculou essas movimentações com a atuação da organização criminosa. Ao todo, mais de três toneladas da droga foram apreendidas ao longo das apurações.
Grupo utilizava lucros para expandir atividades e comprar armas
Os lucros obtidos com o narcotráfico estavam sendo usados para ampliar estrutura logística do grupo, com barcos, empresas, imóveis, entre outros instrumentos para expandir as suas ações. Armas de fogo e munições para intensificar o poderio bélico e a capacidade de intimidação em face de outros grupos criminosos também foram adquiridos.
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A Polícia Federal descobriu ainda que os valores obtidos com as atividades criminosas eram ocultados e dissimilados através de diversas metodologias, o que possibilitou a constituição do patrimônio milionário do grupo.
Os investigados na operação deflagrada hoje responderão pelos crimes de organização criminosa, tráfico internacional de drogas e associação para o tráfico, com penas que podem chegar a 50 anos de reclusão, além do crime de lavagem de dinheiro, com penas que podem chegar a 10 anos de reclusão por cada ação perpetrada.