Planilhas encontradas demonstram valores movimentados em espécie
superiores ao montante declarado pela empresa
A Polícia Civil de Santa Catarina deflagrou nesta terça-feira (23) a segunda fase da operação “Parquímetro”, que apura irregularidades no contrato firmado entre a Prefeitura de Florianópolis e empresa Dom Parking, responsável por administrar o estacionamento rotativo nas ruas da capital catarinense entre os anos de 2013 e 2019. De acordo com a polícia, a empresa teria deixado de repassar para a Prefeitura quase R$ 20 milhões durante o período em que teve acordo com o município.
Nesta segunda fase da operação, foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão na Florianópolis e em Palhoça, município da região metropolitana da capital. Entre as apreensões, foi realizado o sequestro e a indisponibilidade de bens dos gestores investigados no valor de R$ 25 milhões.
Além da omissão na fiscalização, a polícia suspeita de que a Dom Parking tenha realizado pagamentos de propinas a agentes públicos e políticos. Foi constatado também o enriquecimento do núcleo familiar responsável pela empresa, com a apropriação de volume expressivo dos valores que eram movimentados em espécie.
Segundo o delegado Jeferson Prado, da Delegacia de Investigação à Lavagem de Dinheiro, planilhas de contabilidades paralelas encontradas demonstram que a arrecadação da empresa era maior do que os valores declarados.
“Ao final desse período [2013-2019], eles ingressaram com uma ação de reequilíbrio econômico, mas essa tese de reequilíbrio econômico foi rechaçada pela nossa investigação, considerando que foram encontradas planilhas com contabilidades paralelas, pagamentos extrafolha e o faturamento real da empresa. Ao que tudo indica, o que se declarava era aquilo que entrava como receita. O que vinha em espécie era utilizado para o enriquecimento e para o pagamento das supostas propinas que estão sendo investigadas”, relata o delegado.
A primeira fase da operação foi deflagrada em 5 de maio de 2021 e, na oportunidade, foram cumpridos 42 mandados de busca e apreensão. Foram analisados documentos, celulares, mídias, colhidos diversos depoimentos, o que viabilizou nova representação para cumprimento das novas buscas da segunda fase.
Foto: PCSC / Divulgação