Alunos em sala de aula. Imagem: FreePik.
Pesquisa aponta que 36% dos responsáveis de alunos do ensino fundamental acredita que os filhos não estão adquirindo o conhecimento esperado para a idade
Desde a pandemia da Covid-19 e educação entrou em uma nova fase. Pais puderam se aproximar mais do aprendizado dos filhos conhecendo as dificuldades e limitações, tanto dos estudantes como do ensino oferecido. A pesquisa “Opinião das Famílias: Percepções e Contribuições para a Educação Municipal”, realizada pelo Instituto Datafolha, mostrou que pelo menos um a cada três pais ou responsáveis acredita que os filhos não estão aprendendo o esperado para a idade.
A qualidade da aprendizagem também é uma preocupação dos pais. 36% dos responsáveis de alunos dos anos iniciais do ensino fundamental, do 1º ao 5º ano, acreditam que os filhos não estão adquirindo o conhecimento esperado para a idade. Já nos anos finais, essa porcentagem é ainda maior, 41%.
Foram entrevistados 4.969 pais ou responsáveis por crianças e adolescentes de 6 a 18 anos que estudam em escolas públicas de redes municipais de ensino. A coordenadora de Políticas Educacionais do Todos Pela Educação, Natália Fregonesi. Órgão que encomendou a pesquisa, acredita que o cenário mostrado pelos dados é preocupante. “Os pais desses estudantes veem que existem diversos desafios olhando para o contexto da escola, que têm estudantes que estão abandonando, que esses estudantes não estão muito motivados para ir para a escola, que eles não estão aprendendo”, comentou
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Natália acredita que os dados são um sinal importante de alerta para os governantes: “É uma percepção da sociedade de que a educação precisa melhorar. Então, acho que é uma sinalização muito importante para os governadores, para os prefeitos, para todos os governantes, de que é preciso investir e dar prioridade política para a educação”, disse.
Outra preocupação mostrada na pesquisa, realizada entre julho e agosto deste ano, diz respeito a permanência escolar. Metade (51%) dos responsáveis concordam que “muitos estudantes estão abandonando a escola”. Entre as famílias com menor rendimento, de até um salário-mínimo, esse percentual é maior, 53%. Entre aquelas com maior rendimento, de mais de cinco salários-mínimos, esse percentual cai para 37%.
Mais aulas
Os entrevistados acreditam que os estudantes precisam de mais reforço nas escolas. Ou seja, 91% acreditam que é imprescindível fortalecer o ensino de matemática nos currículos escolares. Além disso, mais de 80% apoiam a ampliação de atividades artísticas, esportivas e culturais, além da inclusão de temas sobre diversidade étnico-racial.
Essa realidade ficou evidente em pesquisa internacional divulgada recentemente que mostrou que mais da metade dos estudantes brasileiros do ensino fundamental não domina conhecimentos básicos de matemática. O “Estudo Internacional de Tendências em Matemática e Ciências (Timss)”, divulgado este mês, mostra que esses estudantes estão abaixo do nível considerado baixo.
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