16 de setembro de 2024
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Internacional

Protestos e prisões na Venezuela: Resultados das eleições são contestados

A imprensa livre e canais de streaming estão sendo proibidos de divulgar os protestos. Imagem: Redes Sociais.

Através das redes sociais imagens chocantes percorrem o mundo e a oposição acusa maduro de boicote nas comunicações

A pressão cresce sobre o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela que vem sendo cobrado para divulgar as atas eleitorais. O prazo legal para a divulgação do documento, que permite a auditoria dos resultados divulgados, é de 72 horas e já encerrou. Apenas foi divulgado pelo o CNE que 51,21% dos votos foram para Maduro e 44% para Edmundo González.

Com isso os protestos crescem em diversas regiões do país e a oposição alega uma suposta fraude. Até o momento, pelo menos 13 pessoas morreram, dezenas de ficaram feridas e centenas de manifestantes presos. Nas redes sociais também foi denunciado o sequestro Freddy Superlano, líder do partido de oposição da Venezuela Vontade Popular. Ele foi levado por homens encapuzados em plena luz do dia.


“Recebemos informações de fontes ligadas ao chavismo sobre a prática de tortura contra nosso coordenador político nacional Freddy Superlano, com o objetivo de fazê-lo confessar um falso plano traçado, que foi criado por porta-vozes do regime, como o procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab”, escreveu o partido em uma rede social.

O governo Maduro diz que há uma tentativa de golpe de Estado e forças opositoras pedem que os militares hajam contra o governo. Em uma das manifestações milhares de pessoas se reuniram em frente a sede da ONU, em Caracas. A imprensa livre e canais de streaming estão sendo proibidos de divulgar os protestos. A internet chegou a ser derrubada para que as imagens das manifestações são fossem mostradas para o mundo.

“Demos ao mundo um testemunho de organização, disciplina, dedicação, coragem. Nós, pessoas, fizemos isso, sem dinheiro, sem meios, sem gasolina, sem transporte”, disse a ex-deputada da Assembleia Nacional da Venezuela, María Corina Machado,.durante um protesto em Los Palos Grandes, na capital venezuelana.

Ela pediu ainda para a que as Forças Armadas respeitem a vontade dos venezuelanos. “Os militares viram com seus próprios olhos o triunfo de um país contra uma tirania”, disse.

Maduro ataca a oposição

Já o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou que Edmundo González Urrutia, candidato da oposição e a principal apoiadora, María Corina Machado, deveriam estar presos por incentivar os protestos classificados por ele como “ações criminosas”. “Se você perguntar minha opinião como cidadão, eu lhe digo que essas pessoas têm que estar atrás das grades, e tem que haver justiça na Venezuela”, declarou Maduro em entrevista coletiva.