20 de março de 2025
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Santa Catarina é o estado com menos jovens ‘nem-nem’ no Brasil

Parcela de 14 a 24 anos que não trabalha nem estuda é de 10,6%

Em Santa Catarina, a proporção de jovens entre 14 e 24 anos “nem-nem”, ou seja, que não estudam e nem trabalham formalmente é de 10,6%. O índice catarinense é o menor entre todos os estados brasileiros. É também muito abaixo da média nacional, que ficou em 17,3%.

Os dados sobre os “nem-nem” em Santa Catarina são inéditos e foram gerados pela Diretoria de Políticas Públicas da Secretaria de Estado do Planejamento (Seplan). Para isso, foram feitos cruzamentos e análises pormenorizadas dos resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O estudo tem como base os dados divulgados em fevereiro de 2025.

A expressão “nem-nem” refere-se à denominação inglesa NEET: Not in Education, Employment, or Training. Em tradução literal, significa que a pessoa “não estuda, não trabalha, e não está em formação”. A expressão caracteriza os jovens que por algum motivo se encontram fora do mercado de trabalho e fora do sistema educacional.

 

A qualificação e inserção dos jovens no mercado de trabalho é uma preocupação que atravessa as esferas estaduais, nacionais e internacionais. Uma alta proporção de população “nem-nem” pode significar que a juventude não está se qualificando para trabalhos futuros e também não está adquirindo experiência de trabalho no presente. Isso pode comprometer a inserção do jovem no mercado de trabalho, principalmente em relação a postos que requerem mais qualificação e, consequentemente, oferecem melhor remuneração.

A Síntese de Indicadores Sociais do IBGE sobre 2023 revela os principais fatores que levam os jovens brasileiros à condição de “nem-nem”, conforme o quadro:

Mulheres são maioria entre os “nem-nem”

A análise dos dados revela que 65,3% da população “nem-nem” se identifica como branca. Já 33,8% se identifica como preta ou parda e 0,88% como indígena. Esses índices têm estreita relação com o número populacional do estado com idade entre 14 e 29 anos. O estado apresenta ainda 63,5% de mulheres que não estudam e nem trabalham e 36,5% de homens na mesma situação, entre a juventude “nem-nem” pesquisada.

Entre o quarto trimestre de 2022 e o quarto trimestre de 2024, Santa Catarina registrou um pequeno aumento no percentual de jovens “nem-nem” entre 14 e 24 anos. Ou seja, o índice cresceu de 10,2% para 10,6%. Esse desempenho ainda é o melhor alcançado no território nacional, seguido pelo Distrito Federal (10,7%) e pelo Rio Grande do Sul (11,6%).

“A geração de micro dados como os relacionados aos jovens no mercado de trabalho em Santa Catarina é essencial para traduzir a realidade socioeconômica local”, declara o gerente de Avaliação e Monitoramento de Políticas Públicas da Seplan, Pietro Aruto. Ele pontua que, ao cruzar os dados de forma detalhada, é possível compreender o cenário catarinense, os motivos desencadeadores e as possíveis ações estratégicas que o Governo pode adotar.

Educação básica, técnica e profissional

O secretário de Estado do Planejamento, Edgard Usuy, ressalta que os resultados em Santa Catarina evidenciam o sucesso das políticas públicas implementadas no estado para diminuir o índice de jovens que não estudam e não trabalham, promovendo mais oportunidades e inclusão social. “A média catarinense de jovens desocupados é de 5,4%, o que representa uma superação positiva de 58% em relação à média nacional de 12,9%”, Usuy reforça.

Ele salienta, ainda, que o Governo analisa a questão dos jovens de forma humanitária e estratégica, visto que muitos deles enfrentam desafios sociais e econômicos. Nesse sentido, Edgard Usuy esclarece que o Estado soma esforços para fortalecer a educação básica, técnica e profissional.

Dois programas do Governo do Estado foram implementados em 2023 para incentivar os jovens a continuarem os estudos. O Programa Universidade Gratuita já abriu as portas da graduação para 41 mil estudantes. Idealizada pelo governador Jorginho Mello, a iniciativa pretende levar 70 mil pessoas para dentro de algumas das universidades de Santa Catarina. Para isso, serão investidos R$ 1,2 bilhão. A contrapartida do aluno deve ser prestada apenas após a conclusão do curso superior, no total de até 480 horas e em até dois anos.

Aos estudantes da rede estadual, uma medida também tem aberto as portas não só para a formação de qualidade na educação básica, mas também para o mercado de trabalho. O Programa Catarinense Técnico (CaTec) do Governo do Estado já matriculou 30 mil estudantes em cursos técnicos.

O CaTec permite que jovens estejam mais bem preparados para atuar no mercado de trabalho logo após a conclusão do ensino básico. Assim, quando terminam o ensino médio, além do diploma, os alunos também saem com um certificado de formação técnica, que permite ter uma fonte de renda.

O Governo do Estado pretende ampliar ainda mais essa oportunidade. A Secretaria de Estado da Educação trabalha no lançamento de um edital para aquisição de 40 mil vagas para o ensino técnico em 2025 e chegar a 100 mil até 2026.

Foto: Marco Favero / Arquivo / SECOM

Atenção internacional

Dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT) revelam que, globalmente, 20,4% dos jovens não estudam, não trabalham e não estão em programas de qualificação profissional. Na América Latina, esse percentual, apesar de alto, apresentou leve queda entre 2019 e 2023, passando de 21,3% para 19,6%. Quando estratificados, os dados da OIT revelam que dois de cada três jovens “nem-nem” são mulheres.

No Brasil, de acordo com os dados da PNAD Contínua, o percentual de “nem-nem” registrou queda de 18,3% para 17,3% entre o quarto trimestre de 2022 e o quarto trimestre de 2024.

A Secretaria de Estado do Planejamento (Seplan), por meio da Diretoria de Políticas Públicas, desenvolve estudos pormenorizados com base nos dados oficiais.

           

             

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