Estado lidera o ranking nacional de doadores de órgãos, segundo dados de até 2022
Na última sexta-feira (25), foi feito o 5º transplante cardíaco no estado de Santa Catarina em 2023. Ainda mais rápido do que no caso do apresentador Fausto Silva, que recebeu um novo coração no último domingo (27), após cerca de 20 dias de espera, a catarinense beneficiada obteve o novo órgão com apenas 14 dias de espera, após a inserção da paciente na lista de espera da Central Estadual de Transplantes no dia 11 de agosto.
Com essa cirurgia, não há mais pacientes cardíacos na lista de espera da SC Transplantes, que agora soma 57 transplantes de coração desde o ano 2000. Dos pacientes transplantados até o momento, cerca de 30% receberam o novo órgão com menos de um mês de espera e 33% aguardaram menos de 90 dias pela cirurgia. Os demais 27% tiveram de esperar por um período maior — o tempo de espera médio varia de acordo com o tipo sanguíneo do receptor.
De acordo com o coordenador da SC Transplantes, Joel de Andrade, solidariedade do povo catarinense é fundamental para o sucesso das cirurgias, uma vez que o Estado lidera o ranking nacional de doadores de órgãos. Os dados são de 2022, divulgados pela Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos.
“Pela 14ª vez nos últimos 18 anos, o estado está na liderança no ranking nacional de doadores de órgãos para transplantes. Nos outros quatro anos ocupamos a segunda posição, ou seja, Santa Catarina é de modo incontestável a melhor região no desempenho desta atividade nas duas últimas décadas”, destaca Andrade.
O coordenador ainda explica quais os requisitos para transplante de coração. “O primeiro critério utilizado é o grupo sanguíneo. Na prática, acabam sendo formadas quatro listas de espera: grupo A, B, AB e O. Dentro destes subgrupos os dados biométricos como peso e altura passam a ser analisados. O tempo em lista de espera é outro fator computado para desempate entre pacientes no mesmo patamar de gravidade. Por fim, condições clínicas que incluem o choque cardiogênico podem determinar a prioridade do receptor sobre os demais em lista, resultando em uma colocação no topo de lista”.
No caso do coração, a logística é fundamental, pois o órgão precisa ser retirado do doador e transplantado no receptor em até quatro horas. Em Santa Catarina, helicópteros e outras aeronaves do Governo do Estado ficam à disposição para transporte dos órgãos.
Caso não haja compatibilidade entre o órgão doado e os pacientes da lista, o órgão é enviado para os pacientes de outras regiões. “Primeiro é verificado entre os pacientes da lista estadual se o coração doado é compatível. Se não for, o órgão é enviado para os pacientes de outros estados próximos, como Rio Grande do Sul, Paraná e São Paulo”.
Política pública
A secretária de Estado da Saúde, Carmen Zanotto (Cidadania), destaca que toda essa ação e resultados positivos são possíveis devido ao serviço de doação e transplante de órgãos e tecidos ser uma política de Estado. “Essa política pública do Sistema Único de Saúde realmente faz a diferença em nosso país. Além disso, a solidariedade dos catarinenses é a nossa maior marca. Gratidão a todos os familiares que praticaram o gesto da doação. Precisamos continuar praticando, pois a doação de órgãos salva vidas”, afirma Zanotto.
“Somos referência nacional em doação de órgãos. Temos de um lado as pessoas que compreendem a importância do ato, de outro aqueles que esperam ansiosamente por receber um órgão e costurando os dois uma rede eficiente, que não mede esforços para concretizar a doação, com a nossa SC Transplantes. No que depender do poder público, Santa Catarina continuará sendo esse exemplo grandioso pro país”, complementa o governador Jorginho Mello (PL).
Foto: Ricardo Wolffenbüttel / Secom