Foto: Cristiano Estrela / NCI TJSC
Ação inédita no Museu do TJ destaca Revolução de 1930
O Museu Desembargador Tycho Brahe Fernandes Neto, localizado no Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC), inaugurou uma nova exposição sobre a Revolução de 1930, trazendo um acervo inédito de documentos raros, armas originais e imagens históricas. Essa exposição oferece uma visão única sobre o conflito que alterou a estrutura política do Brasil e impactou diretamente o Estado de Santa Catarina.
O conflito, que colocou frente a frente as forças revolucionárias lideradas por Getúlio Vargas e os apoiadores do então presidente Washington Luís, deixou marcas profundas em várias cidades catarinenses. A capital Florianópolis permaneceu como reduto das forças legalistas, enquanto outras regiões do estado, como Joinville, São Bento do Sul e Anitápolis, testemunharam intensos combates. A exposição retrata esses episódios históricos por meio de fotos, mapas de batalhas e documentos que transportam os visitantes para o cenário turbulento de 1930.
Entre os itens de maior destaque está a ata de uma sessão extraordinária do Tribunal Pleno de 1931, na qual o presidente do TJSC à época, Francisco Tavares da Cunha Mello Sobrinho, renunciou ao cargo devido à pressão militar. Segundo o historiador Sandro Macowiecki, servidor do Museu, o impacto da Revolução foi sentido não apenas na política, mas também no cotidiano de magistrados e servidores do Judiciário catarinense.
A exposição, que é gratuita e aberta ao público, também ressalta o papel da Justiça durante o período de mudanças e reflete sobre a passagem das tropas revolucionárias pelo estado. Documentos históricos, como cartas e relatórios, estão disponíveis para consulta, proporcionando uma imersão profunda nos eventos daquele tempo.
> Siga nosso canal no WhatsApp e receba as notícias do TVBV Online em primeira mão
O Museu do Judiciário, responsável por preservar esses registros, surgiu oficialmente em 1991 e, desde então, tem se consolidado como um importante centro de pesquisa. Inicialmente, o espaço era modesto, com servidores reunindo, catalogando e restaurando documentos históricos. Ao longo dos anos, sob a dedicação de figuras como Orivalda Lima Silva, conhecida como Valda, o Museu construiu um acervo rico e respeitado, tornando-se referência para historiadores de todo o país.
Atualmente, o Museu também organiza exposições permanentes, temporárias e itinerantes, além de preservar itens como processos, livros, móveis e armas históricas do Judiciário catarinense. As visitas podem ser feitas de segunda a sexta-feira, das 8h às 19h, e grupos de alunos devem agendar previamente.