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Campanha ‘Eu não fazia ideia que…’ busca alertar pais e responsáveis para sinais de problemas emocionais
A taxa de mortalidade por suicídio entre crianças e adolescentes de 10 a 19 anos mais que dobrou em Santa Catarina entre os anos de 2011 e 2022, indo de 2,3 para 5,2 óbitos a cada 100 mil crianças e adolescentes. A informação foi apresentados pela Secretaria de Estado da Saúde (SES) nesta terça-feira (10), quando é marcado o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio.
A data é o ponto central da campanha Setembro Amarelo, que busca reforçar o conhecimento dos fatores de risco, identificação dos sinais de alerta e formas de buscar ajuda, passos fundamentais para a prevenção do suicídio. Neste ano, a campanha da SES trabalha o tema “Eu não fazia ideia que…”, voltado a alertar os pais e responsáveis sobre os sinais de problemas emocionais, bullying, excesso de tempo em frente às telas e solidão.
No ano de 2023, Santa Catarina 962 suicídios, dos quais 41 foram entre crianças e adolescentes na faixa dos 10 a 19 anos. Outro dado alarmante é que 76% do total de casos são do sexo masculino. Em 2024, SC já registrou 616 casos até o dia 29 de agosto, o que já representa 64% do total registrado no ano passado. Os dados são do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM).
Preocupação especial com os jovens
Afirmar que o problemas de saúde mental acometem somente os adultos é uma falácia. Cerca de mil crianças e adolescentes entre 10 e 19 anos de idade tiram a própria vida no Brasil a cada ano, segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria. “A taxa entre jovens cresceu 6% ao ano no país entre 2011 e 2022. Já as taxas de notificações por autolesões na faixa etária de 10 a 24 anos aumentaram 29% a cada ano nesse mesmo período”, explica Monique Meneses, enfermeira da Diretoria da Vigilância Epidemiológica (Dive) da SES.
Um sinal alarmante para tendências, a taxa de notificação de lesões autoprovocadas em Santa Catarina nesta mesma faixa etária chegou a 204,3 casos a cada 100 mil crianças e adolescentes em 2022. Tentativa de suicídio e autoagressão constituem um problema de extrema gravidade e urgência nesta faixa de idade. É fundamental que ações de prevenção e apoio sejam intensificadas não só durante o Setembro Amarelo, para conscientizar a população e oferecer suporte adequado aos jovens.
Números em alta
O Setembro Amarelo ocorre anualmente para conscientizar a população sobre a importância de prevenir o suicídio e do cuidado com a saúde mental. Com o lema “Se precisar, peça ajuda!”, a campanha busca promover a informação, desmistificar tabus e oferecer apoio a quem precisa.
“Os números estão diminuindo em todo o mundo, mas os países das Américas vão na contramão dessa tendência, com índices que não param de aumentar, segundo a OMS. Especialmente diante dos casos de ansiedade, depressão e outras condições relacionadas à saúde mental que têm sido exacerbadas por fatores como a pandemia, crises econômicas e as pressões sociais”, destaca Aline Piaceski Arceno, gerente de Análises Epidemiológicas e Doenças e Agravos Não Transmissíveis da Dive.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) são registrados anualmente mais de 700 mil suicídios. No Brasil, a média dos registros dos últimos 5 anos ultrapassou 15 mil casos anuais, sendo que no ano de 2023 foram mais de 16 mil óbitos auto provocados, ou seja, 43 pessoas cometem suicídio por dia.
Prevenção
Reconhecer sinais de sofrimento psíquico é parte do processo de cuidado. Porém, nem todas as pessoas apresentam comportamentos indicativos, de modo que alguns sinais são percebidos apenas após a tentativa ou o suicídio consumado. Alguns sinais para família e amigos ficarem alerta são:
- isolamento social;
- abuso de álcool e outras drogas;
- mudanças bruscas de humor;
- diminuição do autocuidado;
- falta de energia e motivação para atividades corriqueiras;
- automutilação.
“Precisamos conscientizar as pessoas, esclarecer e abrir espaço para falar sobre suicídio. É preciso deixar que as pessoas falem sobre o sofrimento, e isso, pode trazer alívio e conforto. Lembrando que também é necessário procurar ajuda especializada para acolher e encaminhar para o tratamento adequado”, ressalta Aline.
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A porta de entrada para o acolhimento é sempre a Unidade Básica de Saúde (UBS). O serviço público de saúde mental em Santa Catarina conta com 114 Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), distribuídos entre diversos municípios e diferentes modalidades. Nesses serviços, são atendidas pessoas que vêm em demanda espontânea, incluindo aquelas que apresentam distúrbio psiquiátrico, pensamento suicida e histórico de tentativa de suicídio.
Onde buscar Ajuda
• UBS
• CAPS
• UPA 24 horas
• SAMU 192
• Pronto Socorro
• Hospitais
• Centro de Valorização da Vida (CVV), que oferece apoio emocional gratuitamente, de forma voluntária, 24 horas por dia, por telefone 188, e-mail ou chat pelo site da instituição.