Por Luiza Lemos em Band.com.br
Presidente dos Estados Unidos anunciou taxas de 10% a todos os produtos importados do Brasil, o que pode impactar economia interna
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a aplicação de uma taxa de 10% para produtos importados do Brasil. No anúncio do “tarifaço” dessa quarta-feira (2), o país sofrerá a taxa básica proposta pelo republicano a todos os produtos exportados aos EUA.
Além do Brasil, mais de 200 países foram tarifados, com taxas que variam entre 10% e 49%. O Brasil sofreu a taxa mínima, que deve entrar em vigor a partir do sábado (5). Já para os países que receberam taxas individualizadas, elas devem entrar em vigor na próxima quarta-feira (9).
As taxas, para produtos que são importados do Brasil causam temor não só entre os governos, mas também entre os consumidores brasileiros, que podem ter receio de serem afetados no bolso e nas compras do dia a dia pela guerra tarifária provocada por Donald Trump.
Apesar do receio, o economista e professor da FGV Robson Gonçalves afirma que o “tarifaço” pode afetar mais os estadunidenses “As consequências são maiores a quem está nos Estados Unidos, que é um país de serviços. Mais de 82% do PIB americano é relativo a este setor. Então eles são importadores de produtos industriais, o que encarece o consumo”, explica.
Gonçalves aponta que os brasileiros podem ser afetados pelas tarifas em caso de retaliação do governo federal. “Os principais impactos seriam em produtos químicos usados em medicamentos e em autopeças, que o Brasil importa dos Estados Unidos e podem encarecer os automóveis”, explica.
No caso dos medicamentos, os preços são regulados pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), órgão da Anvisa. O economista pontua que o CMED pode segurar uma possível alta, mas as farmacêuticas podem pressionar para um aumento em caso de retaliação brasileira.
Turistas brasileiros podem ser os mais afetados pelo ‘tarifaço’
Quem pode sentir no bolso as tarifas de Trump, segundo Robson Gonçalves, é o turista brasileiro que vai aos Estados Unidos. Como o brasileiro vai muitas vezes para fazer compras de roupas e eletrônicos, as tarifas podem causar o aumento no preço desses produtos, que são importados muitas vezes da China e de outros países alvo do “tarifaço”.
“Se os turistas brasileiros vão aos Estados Unidos e gastam lá, eles podem perceber um aumento de preços desses produtos que os turistas compram. As compras em Miami e Orlando, onde os turistas compram roupas e eletrônicos, tendem a ficar mais caras”, diz.
Brasil pode esperar ‘invasão chinesa’ no comércio
Com a imposição de tarifas de 34% aos produtos chineses pelos Estados Unidos, o economista da FGV avalia que é possível que a China procure outros países com mercado aberto para exportação. Um desses países é o Brasil, que tem forte relação comercial com a China.
“Espera-se que tenha um excedente de produtos chineses, na medida em que os americanos taxem os chineses. Os mais abertos às importações chinesas podem ver uma invasão de produtos no país”, avalia Robson Gonçalves.
Ele aponta que os principais produtos que podem ‘invadir’ os mercados sejam eletrônicos, automóveis e outras peças e produtos. “A China vende muito para os Estados Unidos. Uma vez taxada, ela vai procurar outros países e o Brasil é um desses alvos de excedentes”, pontua.
Quais os principais produtos que o Brasil exporta para os Estados Unidos?
O Brasil exporta principalmente petróleo bruto aos Estados Unidos. Além disso, o país tem os americanos como cliente principal de exportações de produtos semimanufaturados de ferro ou aço.
Além disso, o Brasil exporta café não torrado em grão, pastas químicas, aviões e veículos aéreos, carne bovina, açúcar de cana, suco de laranja, soja em grão e álcool etílico.
Maconha que vira biocombustível: pesquisa da UFSC explora possibilidade com a Polícia Federal
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Uma pesquisa conduzida pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em parceria com a Polícia Federal (PF) e a Universidade Federal do Pará (UFPA), busca transformar maconha apreendida em biocombustível. O objetivo é reduzir os custos da Polícia Federal com armazenamento e logística da droga apreendida, além de minimizar as emissões diretas associadas à queima convencional
