21 de novembro de 2024
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Segurança

Vale do Itajaí é a região mais perigosa para mulheres em Santa Catarina

Foto: Arquivo Agência Brasil

Levantamento inédito do TJSC revela índices de violência nas regiões do estado

Um Raio-X dos índices de violência contra a mulher em Santa Catarina revelou que a região do Vale do Itajaí é a mais perigosa para o gênero. De acordo com o levantamento inédito da Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar, do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (Cevid/TJSC), das 120.611 ocorrências registradas contra as mulheres em 2023, 27% dos casos aconteceram na região.

Logo atrás vem a região Oeste com 21%, 16% na Grande Florianópolis, 15% no Norte, 15% no Sul e 6% dos casos na Serra. Com uma população estimada de 7.610.361 habitantes, segundo o Censo de 2022 do IBGE, o índice médio no estado foi de 15,84 crimes por cada 1.000 pessoas.

 

“Esses dados apontam para a necessidade urgente de medidas eficazes para combater e prevenir a violência de gênero contra as mulheres em todas as suas formas, por meio de ações integradas entre os órgãos que compõe a rede de enfrentamento das violências contra as mulheres do nosso Estado”, anotou a coordenadora-adjunta da Cevid, juíza de Direito Naiara Brancher.

A comarca de Penha registrou o pior índice de violência contra a mulher. Foram 925 registros de crimes para uma população estimada de 33.663 pessoas. Isso resultou no índice de 27,48. Já o município de Riqueza, na comarca de Mondaí (Extremo Oeste), teve o pior índice entre todas as cidades. Foram 175 ocorrências para 4.768 habitantes, com índice de 36,70. Por outro lado, o município de Lajeado Grande teve o melhor índice. Foram duas ocorrências para os 1.702 moradores (1,18).

Imagem: TJSC/Reprodução

Para obter uma visão da totalidade, em razão das diferenças entre as populações das 295 cidades catarinenses, que variam de 1.900 até 600 mil habitantes, o cálculo foi realizado ao considerar 1.000 pessoas. Assim, a Cevid pegou o total de casos de um município, região ou comarca e dividiu pela população da área calculada. O resultado foi multiplicado por 1.000. Com isso, a radiografia identificou os municípios, as regiões e as comarcas com os piores e os melhores índices de violência contra a mulher.

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A Cevid utilizou como base os registros de ocorrências fornecidos pela Secretaria de Segurança Pública (SSP/SC). O crime de ameaça apresentou o maior número absoluto, com um total de 52.814 casos (43,79%). Em seguida, o crime de lesão corporal leve com 24.934 ocorrências (20,67%), injúria com 22.540 registros (18,69%), difamação com 7.644 casos (6,34%) e vias de fato com 7.303 boletins (6,06%). Foram 854 ocorrências de estupro (0,71%), 349 (0,29%) crimes de lesão corporal grave ou gravíssima e 56 feminicídios (0,05%).

“As cidades com as maiores populações sempre registram mais ocorrências nos números absolutos, mas queríamos identificar a proporção de crimes em comparação com os habitantes de cada município, região e comarca. Com esse objetivo, elaboramos o relatório para que as informações direcionassem as nossas ações para este ano. Por conta desses números, já visitamos as comarcas de Dionísio Cerqueira e de Maravilha no início do ano e no próximo mês visitaremos as comarcas de Penha e de Navegantes”, explicou a assessora da Cevid Roselene Silveira.