20 de setembro de 2024
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Robson Reckziegel

Vendi um carro e passei procuração ao garagista… “Tá de boa”? Eita!

Quem já vendeu ou comprou veículo usado por meio das revendedoras, comumente chamadas de “garagem”, já percebeu que é comum que os negociantes de carros peçam para o vendedor assinar uma procuração, assim quando ele vender o carro passará direto para o novo comprador.

Ocorre que vender um veículo por procuração é uma prática que pode trazer riscos significativos para o vendedor. Embora seja uma opção conveniente, é importante estar ciente das possíveis consequências e precauções necessárias antes de optar por essa forma de transação.

Seguem alguns riscos envolvidos nesse tipo de transação:

  1. Fraude: A venda de um veículo por procuração cria uma oportunidade para atividades fraudulentas. Se o vendedor não tomar as devidas precauções, a procuração pode ser utilizada de maneira inadequada ou falsificada, permitindo que pessoas mal-intencionadas vendam o veículo sem o conhecimento ou consentimento do proprietário legal.
  2. Responsabilidade legal contínua: Vender um veículo por procuração não exime o proprietário original das responsabilidades legais relacionadas ao veículo. Mesmo após a venda, o proprietário ainda pode ser considerado responsável por acidentes, multas de trânsito ou outros problemas associados ao veículo, caso o comprador não cumpra com suas obrigações.
  3. Ausência de inspeção adequada: Ao vender um veículo por procuração, é difícil garantir que o comprador fará uma inspeção completa e precisa do veículo. Isso pode levar a reclamações posteriores de defeitos ocultos ou problemas mecânicos, resultando em disputas legais ou custos adicionais para o vendedor.
  4. Perda de controle: Ao transferir a propriedade do veículo por meio de uma procuração, o vendedor perde o controle direto sobre o processo de venda. Dependendo da integridade do comprador, isso pode resultar em atrasos na transferência legal do veículo ou até mesmo em sua retenção indevida.

Para minimizar os riscos envolvidos na venda de um veículo o ideal é nunca fazer por procuração, ainda mais se o veículo tiver algum financiamento bancário.

Mas se for inviável vender de outra forma, é fundamental tomar medidas de precaução.

Aqui estão algumas recomendações:

  1. Verifique a identidade do comprador: Certifique-se de que o comprador seja uma pessoa confiável e faça uma verificação adequada de sua identidade, obtendo cópias de documentos oficiais, como RG e CPF.
  2. Utilize um contrato de venda detalhado: Elabore um contrato de venda abrangente, que inclua informações sobre as condições do veículo, preço, termos de pagamento e outras cláusulas relevantes. Recomenda-se que esse contrato seja elaborado por um profissional jurídico.
  3. Registre a procuração em cartório: Ao criar uma procuração, registre-a em um cartório para garantir sua autenticidade e evitar possíveis falsificações.
  4. Faça um inventário detalhado do veículo: Antes de vender o veículo, registre todas as informações relevantes, como número de chassi, placa, estado do veículo e quaisquer danos existentes. Isso pode ajudar a evitar disputas futuras sobre a condição do veículo no momento da venda.
  5. Realize uma transferência legal adequada: Certifique-se de que o comprador siga todos os procedimentos legais para a transferência de propriedade, como a transferência do CRV (Certificado de Registro do Veículo) e o pagamento de taxas e impostos necessários.

Vender um veículo por procuração pode ser uma opção viável em certas circunstâncias, mas é importante estar ciente dos riscos envolvidos e tomar as devidas precauções para minimizá-los. Sempre considere consultar um profissional jurídico para obter orientação específica com base na legislação e nas práticas vigentes em seu país.

Foto: Canva/Reprodução