20 de setembro de 2024
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Política

Vereador de Florianópolis sofre pedido de cassação acusado de boicote ao suplente

Maikon Costa é acusado de articular funcionários de seu gabinete para
impedir o trabalho de seu suplente, Sargento Mattos

Empossado no dia 1º de setembro, com mandato temporário de 30 dias, o suplente de vereador, Sargento Mattos (PL), protocolou às 14h57 desta segunda-feira (25) um pedido de cassação contra o titular da cadeira, vereador Maikon Costa (PL). No pedido, Mattos argumenta que Costa o teria boicotado, dando ordens à equipe do gabinete para que não atendessem aos pedidos de seu suplente na Câmara de Florianópolis.

Segundo o documento, a rixa entre os dois se estende há dias e teve seu estopim na última sexta-feira (22), quando, de acordo com Mattos, Costa teria tentado agredi-lo fisicamente dentro de uma sala da Presidência da Câmara. Ainda segundo a denúncia, a rivalidade se deve à aproximação do Sargento Mattos com a vereadora Maryanne Mattos, líder do Partido Liberal (PL) na Câmara e desafeta pessoal de Costa.

Anexas à denúncia, Sargento Mattos mostrou conversas com Jacques Andrade, assessor do gabinete de Costa. No registro, Andrade admite o boicote à atividade legislativa do suplente. “Ele [Costa] te pediu para travar minhas solicitações?”, indaga Mattos. “Sim, não quer que eu encaminhe nada. Mas também não vão as dele”, responde Andrade. Confira a conversa completa no final da matéria.

 

Em sua defesa, Costa alega que não impediu Mattos de exercer qualquer atividade parlamentar e que tampouco houve ameaça ou tentativa de agressão física de sua parte. Pelo contrário, Costa alega que foi seu suplente quem o ameaçou. “Mattos fez uma falsa comunicação de crime, o que, sendo ele um policial militar, chega a ser ridículo”, argumenta. Ainda, o vereador se diz tranquilo quanto ao processo de cassação. “Eu já passei por outras três armadilhas. Não houve qualquer infração. Isso é um jogo politico”, afirma.

Sargento Mattos (à direita) pede a cassação de Maikon Costa (à esquerda)

Próximos passos

Para que a cassação comece a tramitar no Conselho de Ética, é preciso primeiro que a denúncia seja aceita em plenário. Dessa forma, o presidente da Câmara, João Cobalchini (União Brasil) tem até três dias para ler o pedido e colocar seu recebimento em votação.

No documento protocolado pelo vereador Mattos, é também solicitado “que seja encaminhada para leitura e votação em Plenário com a maior brevidade possível, tendo em vista o pouco tempo de permanência do denunciante no cargo de Vereador”. Em tese, seu mandato como suplente se estende até o fim de setembro, a menos que o titular da cadeira renove seu afastamento por mais 30 dias.

Desafeto com Maryanne

Reunião entre Maryanne Mattos e Sargento Mattos que teria irritado Maikon Costa

A renovação do mandato temporário foi justamente o cerne da primeira discussão entre Costa e Mattos. Segundo a denúncia do suplente, Cobalchini questionava Mattos a respeito dessa renovação e, nesse momento, Costa teria invadido o gabinete da Presidência da Câmara afirmando que não renovaria “para um traidor”, em menção a aproximação do suplente com a vereadora Maryanne.

“O Vereador Sargento Mattos questionou o parlamentar licenciado Maikon Costa do porquê estava sendo chamado de traidor, o parlamentar então respondeu que ele (Sargento Mattos) havia ido ao gabinete da Vereadora Maryanne Mattos (PL), fazendo fotos e vídeos com a mesma, e ainda informou que ela seria sua maior inimiga dentro da Câmara de Vereadores”, diz um trecho do pedido de cassação.

“Eu não escondo a relação truncada com a vereadora Maryanne. É evidente que ela construiu uma situação junto com ele [Mattos]”, declarou Costa. Segundo Mattos, a aproximação não passaria de uma cordialidade feita pela vereadora Maryanne, a qual, sendo líder do partido, convidou o suplente de Costa ao gabinete se colocou “à disposição caso o vereador precisasse de algo”.

Veja a conversa entre Sargento Mattos e o assessor do gabinete de Maikon Costa

Foto: Instagram / Reprodução