A Polícia Militar de Santa Catarina (PMSC) autuou e levou o vereador da Capital e candidato a Deputado Federal, Maikon Costa (PL), na noite desta segunda-feira (12), em Capoeiras, na parte continental de Florianópolis. De acordo com informações da ocorrência, ele resistiu as ordens policiais e precisou ser detido após tentar agredir os policiais. O vereador rebate as acusações da polícia e pede pela divulgação das imagens da PMSC.
Segundo a PM, a guarnição foi chamada após o responsável pela segurança de um comitê de campanha informar que dois homens estavam no pátio e se recusavam a sair. No local, foi solicitada a identificação dos dois homens e um deles disse ser vereador da cidade, mas negou-se a conversar com os policiais alegando estar em uma ligação.
Os PMs pediram para que ele realiza-se a ligação em outro local e se retirasse, ele ignorou a ordem policial e tentou intimidar a guarnição, que precisou agir com força física para que o vereador obedecesse. No boletim de ocorrência, foram ouvidas testemunhas que afirmaram o fato do vereador ter “partido para cima dos policiais”.
Foi dada voz de prisão ao vereador, por desobediência e resistência, que acabou se machucando ao reagir contra a guarnição e bateu o nariz. Algemado, ele foi conduzido até a Unidade de Pronto Atendimento, do Continente, onde foi atendido e depois encaminhado à Central de Polícia da Capital.
Após os procedimentos policiais, o vereador foi liberado. A PMSC afirma “que toda a ocorrência foi documentada por câmeras policiais e permanece à disposição para esclarecimentos”.
Vereador rebate a PM
Em nota, o vereador disse que as informações da PM foram deturbadas com “visão unilateral” e que “não condizem com os fatos”. Ele ainda rebateu a existência de testemunhas no local e disse que estava apenas com seu assessor para uma “reunião que envolve conteúdo de foro privilegiado”, mas que soube na hora que a data do encontro foi alterada, e por isso não pôde dar mais detalhes para os policiais.
Na hora que foi solicitada a sua retirada do local, o vereador afirmou ter recusado sair por questões de segurança pessoal, o que levou a vigilância do local a acionar os policiais.
Ele declarou ainda que estava indo para casa quando houve a abordagem violenta da polícia e chamou as ações dos policiais de “descompensadas e desproporcionais”, onde foi agredido com um mata leão. O vereador finalizou dizendo que as “devidas providências por abuso de autoridade serão adotadas” e que existem imagens que comprovam sua versão.
Confira a nota na íntegra:
“Sobre a nota emitida pela PMSC o que tenho a dizer é, que mesmo a respectiva entidade centenária merecendo o meu respeito, os relatos não condizem com os fatos. Sugiro que divulguem imediatamente a íntegra sem cortes das Câmeras Corporais do Policiais presentes, já que imagens valem mais que mil palavra, e uma nota deturpada com visão meramente unilateral não condiz com os fatos.
Destaco ainda, que as testemunhas de acusação mencionadas sequer estavam ou apareceram no local, tão pouco poderiam presenciar qualquer ato de agressão minha em direção a um dos sete policiais presentes, justamente por que não houve agressões da minha parte, as imagens compravam isso. As testemunhas servem apenas para preenchimento de uma narrativa equivocada e recheada de mentiras, que deve inclusive ser apurada como crime de falso testemunho.
A única testemunha presente de fato, foi o Sr. Luciano Medeiros, meu chefe de gabinete, e ao chegamos no local os portões do estacionamento foram abertos para nós, alguns minutos após fomos informados por um dos seguranças que deveríamos sair do pátio e esperar no lado de fora da Av. Ivo Silveira, e por motivo de foro íntimo e de segurança pessoal, me neguei a fazer, já que nossa presença era ordeira e pacifica, como as Câmeras Patrimoniais poderão comprovar.
Eu já havia me identificado anteriormente aos respectivos policiais que chegaram na primeira das três viaturas presentes, portanto é mentira que eu não quis me identificar, como mencionado na nota emitida pela PMSC, nota essa corporativista e cheia de contorcionismo.
Na chegada dos primeiros policiais, após finalizar uma ligação já em curso, informei ao policial presente do motivo da minha presença no respectivo local, entretanto não poderia abrir maiores detalhes, pois um dos assuntos que iria tratar na respectiva reunião envolve conteúdo de foro privilegiado, no meu entendimento sendo de competência da Policia Federal.
Após conseguir contato com o Senador Jorginho Mello por telefone, candidato a Governador pelo PL meu partido e responsável maior pelo comitê de campanha, que estaria presente na respectiva reunião que fui convidado, este me informou que a reunião foi alterada para o dia seguinte as 14h.
Me preparava então para deixar o local e seguir para minha casa, se não fosse pela descompensada e desproporcional ação de um Sargento Ronda que extrapolou seus limites com um Show Pirotécnico derrubando meu celular no chão e procedimentos de mata-leão, procedimento este já fora do POP – Procedimento Operacionais Padrão da PMSC que me deixou lesões corporais comprovadas no exame de corpo e delito, assim como outras lesões por todo o corpo, nariz e boca, assim como a desnecessária utilização de algemas, totalmente desproporcional e em desarcado com a súmula vinculante 11 do STF.
Após chegada na delegacia e esclarecimento dos fatos ao delegado, fomos imediatamente liberados e encaminhados para o exame de corpo e delito, e as devidas providências pelo abuso de autoridade serão adotadas.
Para finalizar, espero que meu discurso realizado na segunda (12) na Câmara Municipal de Florianópolis, em que relato que não passaria pano para possíveis irregularidades, sejam elas em outros partidos ou no meu, não tenham sido as motivações para todo este verdadeiro circo. Sigo firme acreditando na integridade dos candidatos que carregam o 22, e alertando os postulantes de possíveis erros no curso do processo. Espero que este mal entendido seja logo esclarecido e que os mecanismos de “compliance” partidário sejam aperfeiçoados.”
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