Governo entrega em segurança menino que foi levado para São Paulo em adoção ilegal
Na tarde desta segunda-feira (15), pousou na base aérea de Florianópolis o avião da Polícia Militar de Santa Catarina com o menino Nicolas Areias Gaspar, que foi encontrado em São Paulo no dia 8 de maio após ficar desaparecido desde o dia 30 de abril. A criança está aos cuidados do Conselho Tutelar até que a Justiça decida sobre a guarda do menor.
A criança foi trazida por uma equipe de profissionais da Polícia Militar e da Polícia Civil de Santa Catarina. Uma oficial de Justiça do fórum da comarca de São José também acompanhou a missão. O menino foi entregue no abrigo em segurança.
Para proteger a criança e em respeito ao ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), o horário da transferência e o local do abrigo não foram divulgados. A Justiça também proibiu a divulgação de qualquer imagem do menino.
“Fomos a São Paulo com a orientação de estreitar os laços com o Ministério Público e Poder Judiciário, aos quais agradecemos a agilidade. Vale destacar o empenho de todas as forças de segurança pública do Estado – polícias Militar, Civil e Científica, que se desdobraram para localizar e trazer a criança, com envolvimento próximo do secretário de Segurança Pública (SSP-SC) [Paulo Cezar Ramos de Oliveira]. Em Santa Catarina, ninguém fica para trás”, disse o tenente-coronel, Daniel Nunes, assessor especial da SSP-SC.
As forças de segurança de Santa Catarina vão continuar acompanhando o caso de perto. A Polícia Civil da cidade de São José está investigando as circunstâncias da ida do menino para São Paulo. O inquérito policial deve ser concluído em 30 dias, podendo ser prorrogado caso haja a necessidade. Por se tratar de um menor de idade, o processo corre em segredo de Justiça.
Relembre o caso
Encontrado na noite de segunda-feira (8) em São Paulo, o menino Nicolas Areias Gaspar, catarinense de 2 anos, estava desaparecido desde o dia 30 de abril, quando foi havia sido visto pela última vez em São José, na Grande Florianópolis. Ele foi resgatado de dentro de um carro, no bairro Tatuapé, zona leste da capital paulista.
Com o menino estavam, Marcelo e Roberta, um suposto casal que apresentou a possível Certidão de Nascimento da criança, alegando que a mãe de Nicolas o teria doado. Tanto Marcelo quanto Roberta foram presos por tráfico de pessoas, porém, os dois não eram um casal. Seus respectivos cônjuges são investigados em liberdade pela Polícia Civil de São Paulo.
A investigação da Polícia Civil de Santa Catarina confirma que houve um aliciamento da mãe de Nicolas para que ela entregasse o menino a pessoas que ela teria conhecido por meio de um grupo de apoio a gestantes no Facebook.
Foto: Marco Fávero / Secom